Donald Trump quer a retirada de juíza do processo em que é acusado de tentar reverter a eleição presidencial de 2020
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2017-2020) pretende pedir a impugnação da juíza federal responsável por seu futuro julgamento na ação em que é acusado de tentar reverter o resultado da eleição de novembro de 2020, em que foi derrotado por Joe Biden. Ele também é alvo de processo por ter incentivado o ataque de simpatizantes seus ao Capitólio (sede do Parlamento norte-americano) em janeiro do ano seguinte.
“Não há nenhuma maneira de conseguir um julgamento justo com a juíza ‘designada’ para o ridículo caso de liberdade de justas. Todo mundo sabe disso e ela também”, escreveu o magnata republicano em sua rede social, a Truth Social. Ele utilizou – como de costume – letras maiúsculas, que na internet equivalem a gritar.
Ele acrescentou: “Vamos pedir imediatamente que ela seja recusada, com fundamentos muito fortes. E, da mesma forma, também solicitaremos a mudança de local (do julgamento) para fora de Washington”.
A juíza em questão é Tanya Chutkan, que presidirá o julgamento de Trump por sua terceira (e mais grave) acusação penal. Ela é conhecida por condenar duramente os partidários do ex-presidente que participaram da invasão ao Capitólio.
Sua designação para o caso se deu por sorteio, para supervisionar o processo judicial histórico que envolve o ex-mandatário, acusado em 1º de agosto de conspiração contra o Estado em relação às suas tentativas de reverter o resultado das eleições de novembro de 2020.
O magnata de 77 anos viajou a Washington em 3 de agosto para se declarar inocente dos quatro crimes pelos quais foi acusado. Ele deve conhecer a data de seu julgamento em 28 de agosto. O promotor especial Jack Smith, que conduziu as investigações, pretende que o caso seja decidido “sem demora”.
Trump, favorito nas primárias (escolha interna) do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro do ano que vem, também foi acusado pela Justiça Federal pelo suposto armazenamento negligente de documentos confidenciais da Casa Branca.
O ex-presidente também foi acusado pela Justiça do Estado de Nova York por fraude contábil relacionada aos pagamentos para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels. Os julgamentos serão realizados nos meses de março e maio de 2024.
Mais polêmicas
Promotores norte-americanos solicitaram a uma juíza que restrinja as informações que Trump pode invocar publicamente sobre as últimas acusações contra ele. O grupo cita exemplos como o de uma postagem ameaçadora do ex-presidente.
Ele desafiou um juiz que o havia advertido a não discutir o caso com qualquer testemunha em potencial e postou nas redes sociais a mensagem: “Se vier atrás de mim, irei atrás de você!”.
Os promotores ressaltam que “a restrição é particularmente importante neste caso porque o acusado fez declarações públicas anteriormente nas redes sociais sobre testemunhas, juízes, advogados e outros associados a questões legais pendentes contra ele”.
Eles prosseguiram: “Se o acusado divulgar detalhes ou transcrições do grande júri obtidas durante o processo, isso poderia ter um efeito prejudicial e ameaçador sobre as testemunhas ou afetar negativamente a justa administração da justiça neste caso”.
A equipe de campanha de Trump tentou justificar o ex-presidente: “A publicação citada é um discurso político típico”, disse um porta-voz em um comunicado neste sábado de manhã, sugerindo que o magnata se referia a seus oponentes políticos e não a alguém específico envolvido no caso.
Por Redação