CRESCE FATURAMENTO DO SETOR TECNOLÓGICO AMAZONENSE
Empresas registram aumento de 15,9% e polo pode se tornar segundo maior do país
O setor tecnológico do Amazonas faturou, em 2019, R$ 16 bilhões, com crescimento de 15,9% em relação a 2018. A pesquisa elaborada pelo Observatório Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) mostra que o estado é o único da região Norte a integrar o estudo por causa da expressividade econômica.
A pesquisa Tech Report 2020, divulgada na última terça-feira (11), traça o panorama do setor tecnológico do Estado de Santa Catarina e faz comparativos com os demais estados brasileiros que apresentaram um bom desempenho. Em 2019, o setor de tecnologia faturou, no Brasil, cerca de R$ 240 bilhões. O montante corresponde a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. São Paulo detém a liderança nesta área. Faturou R$ 115 bilhões. O Amazonas ocupa a quinta posição, ficando atrás do Paraná (R$ 21,2 bilhões), do Rio Grande do Sul (R$ 18,7 bilhões) e de Santa Catarina (17,7 bilhões).
O faturamento do setor de tecnologia, no Amazonas, tem uma escala oscilante. Em 2017, apurou R$ 13,8 bilhões; em 2018, R$ 12 bilhões e, no ano passado, R$ 16 bilhões.
“Nosso resultado em termos de faturamento é muito expressivo. O Amazonas chegou à cifra de R$ 16 bilhões, é o quinto do país. Mas nós temos a chance de ultrapassar os demais estados rapidamente, chegando ao segundo lugar, que hoje é ocupado pelo Paraná. O CODESE (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus) prospecta que a conexão das empresas locais, a junção de quem oferece produtos e serviços com os que procuram por aquisições, é o caminho para evoluir o faturamento a partir da movimentação da cadeia econômica”, analisou o presidente do CODESE Manaus, Euler Guimarães.
O número de empreendimentos aumentou no Brasil. Mais de sete mil novas empresas de tecnologia foram constituídas no ano passado. Ao todo, 306,4 mil empresas operaram no país., uma elevação de 23% em relação a 2018. Mas no comparativo com o ano de 2015, o registro é de involução. Há cinco anos o país contava com 334 mil empresas voltadas para o segmento de tecnologia. Dos 601,4 mil empreendedores, apenas cinco mil estão no Amazonas.
Desafio
O Polo Industrial de Manaus (PIM) fechou o primeiro trimestre de 2020 com faturamento de R$ 26,38 bilhões. O crescimento nominal no comparativo com igual período do ano passado foi de 7,4%, conforme dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Com a chegada da indústria 4.0 (interligação dos sistemas e setores da empresa por via digital), mais do que nunca será necessária a contratação de mão de obra qualificada para operar em empresas cada vez mais tecnológicas.
A abertura de novos postos de trabalho não representa um alento para os 12,9 milhões de desempregados no país (número publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Conforme pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade para contratar porque os postulantes a vaga de emprego não possuem a qualificação exigida.
O setor tecnológico enfrenta situação ainda mais aguda. Como o trabalhador desta área deve apresentar um elevado nível de aprofundamento, será necessário rever cursos e grades curriculares para que os estudantes aprendam as habilidades para as quais o mercado está disposto a pagar.
“O Codese está alinhavando uma parceria com a Universidade do estado do Amazonas (UEA) com o intuito de atender aos interesses do público da instituição quanto das empresas que atuam no estado. O estabelecimento deste link possibilitará ao profissional recém-formado seja inserido no mercado de trabalho. Um trabalhador do polo digital recebe quatro vezes mais do que um operário de chão de fábrica, mas essa boa remuneração depende de qualificação”, pontuou o presidente do CODESE, Euler Guimarães.