Conferência do Clima não tira planeta da “sala de emergência”, diz secretário-geral da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse, neste domingo (20/11), considerar que a Conferência do Clima (COP27), encerrada em Sharm el-Scheikh, no Egito, deu um sinal político necessário e um passo em direção à justiça. Mas os resultados ainda não tiram o planeta do que chamou de “sala de emergência”.

Em uma mensagem em vídeo, Guterres disse que a Conferência deu um passo importante ao aprovar a criação de um fundo de perdas e danos relacionados ao clima, uma proposta defendida por países em desenvolvimento. Segundo ele, é um sinal necessário, mas ainda insuficiente.

Para o secretário geral da ONU, limitar o aquecimento do planeta a 1,5º C requer um investimento maciço em combustíveis renováveis e acabar com o que chamou de “vício em combustíveis fósseis”. Segundo ele, é preciso evitar uma disputa energética que prejudique os países mais pobres em último lugar, assim como ocorreu – diz ele – com as vacinas contra a Covid-19.

António Guterres defendeu ainda que a justiça climática significa “finalmente” cumprir a promessa de financiamento de US$ 100 bilhões por ano a países em desenvolvimento. Deve haver também clareza nos financiamentos à adaptação às mudanças climáticas e mudanças nos modelos de negócios de bancos multilaterais e instituições financeiras internacionais.

Combustíveis fósseis

O secretário-geral da ONU também destacou que a “necessidade de reduzir drasticamente emissões” não foi abordada durante o evento encerrado neste final de semana.

“Precisamos investir maciçamente em renováveis e acabar com nosso vício em combustíveis fósseis”, disse Guterres. “Devemos evitar uma disputa energética em que os países em desenvolvimento terminem em último lugar – como ocorreu na corrida pelas vacinas contra covid-19”, complementou.

Para o secretário-geral, as Parcerias de Transição de Energia Justa são caminhos importantes para acelerar a eliminação gradual do carvão e ampliar as energias renováveis. Nesse sentido, defendeu a criação de um Pacto de Solidariedade Climática em que os países se comprometam a fazer um esforço extra para reduzir as emissões nesta década em linha com a meta de 1,5 grau.

“Precisamos reduzir drasticamente as emissões agora – e esta é uma questão que esta COP não abordou. Um fundo para perdas e danos é essencial – mas não é uma resposta se a crise climática apagar um pequeno estado insular do mapa – ou transformar um país africano inteiro em deserto. O mundo ainda precisa de um salto gigante na ambição climática. A linha vermelha que não devemos cruzar é a linha que leva nosso planeta acima do limite de temperatura de 1,5 grau”.

Por Redação

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