Comunidade quilombola em Itacoatiara comandada por coronéis

ITACOTAIARA/AM – A Comunidade Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa no Município de Itacoatiara foi certificada como uma comunidade quilombola reconhecida pela Fundação dos Palmares e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O MDA realiza uma ação social na comunidade, mais tem encontrado dificuldades em obter parcerias para realização da atividade social, principalmente por desconhecer o que acontece nas surdinas no local.
Segundo moradores a dificuldade se dar pelos desmandos e falta de tato do presidente da comunidade conhecido como Téia, juntamente com um homem chamado João Rolim e alguns conselheiros que estão tomando decisão sem o conhecimento dos comunitários e fazendo verdadeiros desmandos conforme seu interesse próprio em detrimento dos comunitários além de ferir direitos de quem mora no local. Téia e seus colegas rejeitou uma ação social que Prefeitura de Itacoatiara teria programado para desenvolver na comunidade com serviços odontológicos, clínico, documentos e outros, iniciando um rompimento da comunidade com a prefeitura, deixando claro que a comunidade não quer nenhum benefício vindo da prefeitura.
Outro desmando do presidente e alguns conselheiros é a descriminação que igrejas evangélicas estão sofrendo no local, não podendo mais batizar seus membros nas águas do lago e que templos em construção estão sendo embargados pelos diretores da comunidade. Moradores próximos a propriedade do presidente e de alguns conselheiros estão ameaçados de serem expulsos e de até mesmo não mais adentrarem na estrada de serpa por que a intenção de Téia e sua patota é de conseguir que moradores abandonem suas terras para depois com a chegada do INCRA anexar essas terras as suas ou mesmos destina-las aos parentes e aderentes. Muitos dos moradores colocaram suas terras à venda antes da chegada do INCRA e outras até já foram vendidas diante das ameaças dos representantes comunitários. Às pressas, alguns para ganharem terreno até tiraram escrituras falsificadas em cartórios e parentes de conselheiros já tomaram posse de terrenos abandonados como é o caso do Rolim. Sem conhecimentos disto, o MDA não sabe verdadeiramente o que está acontecendo no “quilombo”, pois “os espíritos de coronéis” baixou nos representantes do povo de serpa que agora estão alimentando seu egoísmo e ganancia para se apropriarem indevidamente das terras e dos benefícios que a comunidade possa receber. Invés de unir os comunitários e moradores da região os representantes estão promovendo uma guerra de foices. Além disto, todos sabem que tanto Téia como João Rolim e alguns conselheiros são partidários do ex-prefeito Peixoto e por isso estão aproveitando o momento também para romper com a prefeitura que por trás tem Mamoud Amed no comando.
Existe esse outro cunho político que aflora ainda mais o distanciamento entre a comunidade e o poder público municipal.
Nesta semana uma sessão especial ocorrida na Câmara de Vereadores com a presença do Sr. Erivan Reis (Delegado do MDA), Sra. Rosane Pinheiro (MDA), Sra. Milena Kokama (Coordenadora Nacional por Moradia Popular), historiadores como Frank Chaves, Claudemilson Oliveira e o artista plástico Tirso Munoz estiveram participando dando suas contribuições com pronunciamento na plenária da Casa Legislativa. A Senhora Milena Kokama destacou o apoio dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na melhoria da qualidade de vida da população, “O que nós queremos é morar e morar com qualidade de vida, precisamos de apoio de todos os poderes para poder avançar, para que possamos progredir”. Erivan Reis comentou que o Brasil foi um dos últimos países da América a abolir a escravatura, e ao fazê-lo foram criados os quilombos, visto que os negros libertados não poderiam comprar terras, hoje é preciso reconhecer as áreas de quilombolas, então é preciso trazer ao conhecimento do público o que o Governo Federal tem feito nesse intuito. Rosana Pinheiro sem conhecimento do rompimento entre a comunidade e a gestão municipal informou que solicitou parceria da prefeitura, mas não teria havido interesse por parte do prefeito na ação que acontece na comunidade, como também não conseguiu a participação de nenhum cartório para a emissão de registro civil. O historiador Frank Chaves destacou que é necessário que se dê atenção para os mananciais de águas do Lago de Serpa que poderá brevemente servir para prover o consumo de água na cidade e também pediu atenção para a fabricação de carvão que acontece na região. Tirso Munoz comentou que a queimada de madeira para fabricação de carvão é uma atividade cultural dos quilombolas e é preciso que essa atividade seja preservada e respeitada. O que Tirso não sabe é que o fabril de carvão foi proibido pelos próprios representantes da comunidade, e que por isso, moradores genuinamente descendentes de quilombolas estão vendendo seus terrenos para procurarem outros locais fora da região do Quilombo para continuarem a fazerem o que ancestralmente tem feito viver do negocio do carvão.
José Arimatéia, presidente da comunidade, comentou o seguinte na Câmara: Eu não tenho nada contra vereador algum ou mesmo Prefeito, mas precisamos de apoio, se houvesse algum, nós faríamos muito mais, mas não temos a mínima assistência”.  Drª Daniela Goulard representante do Prefeito Mamoud Amed expressou que “Temos tentado estabelecer um diálogo com todas as comunidades e estamos nos disponibilizando para marcar uma reunião a fim de conversar sobre as demandas vindas das comunidades do quilombo”. A Prefeitura construiu e mantém uma escola do nível fundamental, o EJA e a locomoção de alunos residentes na região do Lago de Serpa que estão matriculados nas escolas públicas na cidade, mais quando programou realizar uma ação social na comunidade, justamente foi barrada pelo presidente que ora na câmara reivindica assistência da Prefeitura no local.
A verdade dos fatos é que o MDA idealiza uma coisa e o que está acontecendo no Lago de Serpa é outro. Os comunitários estão desinformados em sua maioria quanto os processos e que não acreditam mais nos seus representantes que estão usando de fins partidários políticos e de interesses pessoais para obterem benefícios para sí próprio e de seus apaziguados agindo como “coronéis no lugar”, infringindo até mesmo os direitos constitucionais individuais e coletivos da população do Lago de Serpa. Enquanto isso, os verdadeiros quilombolas estão a mercê da ganancia e egoísmo por disputa de terras no local, principalmente por aqueles que deveriam unir a todos para um bem comum só: a garantia dos direitos de cidadania dos comunitários do local.
 
Fonte: pávulo
 
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