Com apoio técnico do Sistema Sepror, Tapauá terá usina de castanha-do-brasil

O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e sua vinculadas (Idam, Adaf, ADS) vem oferecendo apoio às agroindústrias em todo o estado, entre elas usinas de beneficiamento da castanha-do-brasil, também conhecida como castanha-do-Pará. Agora é a vez do município de Tapauá (distante 449 quilômetros de Manaus), onde atualmente, com o apoio técnico do Sistema Sepror, está sendo construída uma usina com capacidade inicial de produção prevista de até 80 toneladas de castanha desidratada no primeiro ano de atividade.
A Abufari Produtos Amazônicos conta com investimento privado de mais de R$ 1 milhão e deverá ser inaugurada no segundo semestre deste ano, na sede de Tapauá, gerando emprego e renda para trabalhadores locais e levando o crescimento econômico há muito esperado por aquela região do interior amazonense.
Na primeira quinzena de março, a Sepror e o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) estiveram durante dois dias nas fazendas Abufari e São Sebastião do Abufari, realizando cursos de Boas Práticas de Manejo da Castanha-do-Brasil para 81 castanheiros, divididos em duas turmas. São produtores beneficiários do Projeto Prioritário da Castanha-do-Brasil que estão integrados ao processo de fornecimento de matéria-prima para a usina que está em instalação no município.
Os engenheiros do Idam, Nadiele Pacheco e Luiz Rocha, foram os instrutores dos cursos de capacitação. “Os cursos contemplaram aulas teóricas e práticas dentro dos castanhais, e são o início de uma série de atividades que estão previstas no Projeto Prioritário da Castanha-do-Brasil, que tem por objetivo o aumento da produção e produtividade dentro do município de Tapauá, além da melhoria da qualidade do produto”, disse Nadiele.
Sobre a Usina – A usina de castanha-do-brasil de Tapauá é administrada pelo empresário Leonardo Baldissera Santos, que decidiu criar a Abufari Produtos Amazônicos em 2019, com objetivo de investir no potencial do município, onde sua família possui terras há aproximadamente 20 anos.
“Nestas terras moram 95 famílias de castanheiros, que agora serão também fornecedores de matéria-prima para a usina, um empreendimento com financiamento privado girando em torno de R$ 1 milhão, entre terreno, construção de fábrica, custeio da safra, enfim, todos os custos para estabelecimento no município. A meta inicial é beneficiar até 80 toneladas de castanha-do-brasil desidratada, devidamente ressecada, embalada e pronta para consumo no primeiro ano, indo para 100 a 120 toneladas no ano seguinte, o que depende muito de projeção de safra, mas a ideia é progredir gradativamente a produção”, disse Leonardo.
Geração de emprego e valores – Leonardo Baldissera garante que a usina vai gerar aproximadamente 70 empregos diretos e indiretos, com funcionários trabalhando o ano inteiro. “Na sazonalidade de safra, época de beneficiamento, pretende-se aumentar este número, a depender da quantidade de matéria-prima que a for ofertada. Vale enfatizar que a castanha de Abufari é uma das maiores castanhas que existem no Amazonas”, enfatizou.
A empresa é calcada em valores como a sustentabilidade, capacitação de pessoas – o que já vem colocando em prática por meio das boas práticas do Idam para manejo de castanha –, dentro de um processo de melhoria contínua do pessoal da fábrica, promovendo capacitação para o trabalho por meio de cursos.
“Temos a responsabilidade social corporativa. Nossa ideia não é retirar a matéria-prima e ir embora, como há décadas vem sendo feito aqui na região. O que propomos é implantar uma melhoria para toda a sociedade local, com efetivo desenvolvimento para todo o município”, destaca o empresário. “Queremos levar o nome de Tapauá para o Brasil e para o mundo através da Abufarí Produtos Amazônicos”.
Tecnologia e inovação – O projeto para a usina de castanha-do-brasil da agroindústria Abufari Produtos Amazônicos prevê um processo de inovação tecnológica, com adesão ao protocolo Indústria 4.0, que já está sendo praticado no agrobusiness.
“Em futuro próximo, vamos trabalhar com tecnologia nos processos de mapeamento de castanhais por GPS, controle de coleta, processos fabris e logísticos, até fazer chegar o produto ao cliente final. A integração de todo esse sistema com metodologias inovadoras e modernas vai beneficiar toda nossa empresa e também nosso município”, disse Leonardo Baldissera.
Além do empresário, a Abufari Produtos Amazônicos tem como sócio Raimundo Rabelo, e como investidor Denizar Santos.
Produção e usinas no Amazonas – O Amazonas é o segundo maior produtor de castanhas do Brasil, com produção estimada em 14 mil toneladas por ano, e Tapauá ocupa lugar de destaque neste ranking, segundo informação do coordenador da Sepror, Willis Vieira Meriguete. O processamento é feito em cinco usinas de castanha de base comunitária, vinculadas a associações ou cooperativas, instaladas em Manicoré, Lábrea, Beruri, Barcelos e Amaturá. Além destes, outros cinco municípios – Manaus, Tefé, Coari, Humaitá e Itacoatiara – contam com estrutura de processamento de castanha por meio do investimento privado.
FOTOS: Sepror

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