Cinco perguntas que o Serviço Secreto terá de responder sobre atentado contra Donald Trump

Após o ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump no sábado (13), várias questões importantes surgiram para o Serviço Secreto dos Estados Unidos responder. Trump ficou ferido e um espectador foi morto no ataque de Thomas Matthew Crooks, na Pensilvânia.

À medida que os EUA exigem respostas, o Serviço Secreto disse que está trabalhando para descobrir “o que aconteceu, como aconteceu e como podemos evitar que um incidente como este volte a ocorrer”. Entre as funções do Serviço Secreto, está a proteção do presidente, vice e ex-presidentes do país. A investigação do incidente está a cargo do FBI.

A chefe do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, foi convocada para depor num comitê da Câmara dos EUA em 22 de julho.

Aqui estão algumas das perguntas que os especialistas começaram a fazer.

Telhado sem proteção

Ainda não está claro como o atirador Thomas Matthew Crooks conseguiu acesso ao telhado de um prédio próximo ao comício, a pouco mais de 130 metros de Trump. Além da questão do acesso, foi sugerido que a linha de visão do telhado para a área onde estava Trump deveria ter sido bloqueada.

De acordo com a emissora NBC News, que citou duas fontes familiarizadas com as operações do Serviço Secreto, o telhado era uma vulnerabilidade conhecida antes do evento. Crooks não deveria ter conseguido uma visão direta para Trump, disse o Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, à emissora ABC News.

Alertas sobre o atirador

Uma testemunha ocular do tiroteio disse à BBC que ele e outras pessoas haviam “claramente” avistado Crooks rastejando pelo telhado com um rifle. Eles alertaram a polícia, mas o suspeito continuou se movendo por vários minutos antes de disparar os tiros e ser morto, segundo a testemunha.

O xerife local confirmou que Crooks foi avistado por um policial, que não conseguiu detê-lo a tempo. Algo que ainda não está claro é se essa informação chegou aos agentes que protegiam Trump.

Polícia local

O atirador disparou os tiros a partir de uma área que a polícia descreveu como “anel secundário”, que era patrulhado não pelo Serviço Secreto, mas por policiais locais e estaduais.

Um ex-agente do Serviço Secreto disse que esse tipo de arranjo só funciona quando há um plano claro sobre o que fazer quando um perigo é detectado.

“Quando você depende dos parceiros locais, o melhor é ter tudo planejado cuidadosamente e informar a eles o que você espera que façam em relação a uma ameaça”, disse Jonathan Wackrow ao jornal Washington Post.

O xerife local admitiu que houve “uma falha”, mas afirmou que não havia uma única parte culpada.

Recursos aplicados

Um ex-chefe do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sugeriu que o Serviço Secreto estava “muito sobrecarregado”. Isso teria levado ao problema de a polícia local não ter sido “treinada” para garantir um evento como o comício de sábado.

Jason Chaffetz, que já relatou na Câmara falhas do Serviço Secreto, disse ao Washington Post que não há outra situação com mais ameaça do que os eventos envolvendo Trump ou o presidente Biden, mas que isso não foi refletido na presença de segurança na Pensilvânia.

O Serviço Secreto negou as acusações de que um pedido da equipe de Trump para reforçar o pessoal de segurança tinha sido recusado antes do comício.

No entanto, o Post relatou ter visto uma troca de mensagens na qual um ex-membro do Serviço Secreto perguntou a colegas como o suspeito conseguiu levar uma arma para tão perto de Trump. Ele teria recebido a resposta: “Recursos”.

Ação pós-ataque

Os agentes que protegeram Trump receberam elogios, incluindo o de Robert McDonald, um ex-agente que afirmou que fizeram um “trabalho bom”, apesar de não haver um “manual exato” sobre o que fazer em tal situação.

Mas também surgiu a pergunta se foram rápidos o suficiente para levar o ex-presidente rapidamente para dentro de um veículo.

Imagens do incidente mostram os agentes rapidamente formando um escudo ao redor do ex-presidente logo após os tiros, mas então parecem pausar enquanto Trump pede para pegar seus sapatos.

O ex-presidente continuou cumprimentando seus apoiadores com o punho erguido.

Por Redação

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