Chineses transformam raiva por restrições da Covid-19 em preocupação com novos casos
A melancolia da Covid-19 em Pequim se aprofundou neste domingo (11), com muitas lojas e outros negócios fechados, e um especialista alertou sobre muitos milhares de novos casos de coronavírus, já que a raiva pelas políticas anteriores da China para conter a Covid deu lugar à preocupação com o enfrentamento de infecções.
A China abandonou a maior parte de suas rígidas restrições da Covid-19 na quarta-feira (07) após protestos sem precedentes contra elas no mês passado, mas cidades que já estavam lutando contra seus surtos mais graves, como Pequim, tiveram uma queda acentuada na atividade econômica depois que regras como testes regulares foram descartadas.
Evidências anedóticas sugerem que muitas empresas foram forçadas a fechar porque os trabalhadores infectados estão em quarentena em casa, enquanto muitas outras pessoas decidem não sair devido ao maior risco de infecção.
Zhong Nanshan, um proeminente epidemiologista chinês, disse à mídia estatal que a cepa Omicron do vírus predominante na China era altamente transmissível e uma pessoa infectada poderia espalhá-la para até 18 outras.
“Podemos ver que centenas de milhares ou dezenas de milhares de pessoas estão infectadas em várias grandes cidades”, disse Zhong.
Com os testes regulares de Covid dos residentes de Pequim descartados e reservados apenas para grupos como profissionais de saúde, as contagens oficiais de novos casos despencaram.
As autoridades de saúde relataram 1.661 novas infecções em Pequim neste sábado (10), uma queda de 42% em relação às 3.974 em 6 de dezembro, um dia antes de as políticas nacionais serem drasticamente relaxadas.
Mas as evidências sugerem que há muito mais casos na cidade de quase 22 milhões de pessoas, onde todos parecem conhecer alguém que pegou Covid-19.
“Na minha empresa, o número de pessoas negativas para Covid-19 é próximo de zero”, disse uma mulher que trabalha para uma empresa de turismo e eventos em Pequim, que pediu para ser identificada apenas como Nancy. “Percebemos que isso não pode ser evitado – todos terão que trabalhar em casa”, disse ela.
Por Redação