China denuncia protecionismo dos Estados Unidos sobre chips eletrônicos

O chefe da diplomacia da China, Wang Yi, criticou as restrições dos Estados Unidos às exportações de semicondutores fabricados por empresas chinesas, que ele chamou de uma demonstração de “100% de protecionismo”.

Estas restrições são “100% egoístas, 100% unilaterais” e representam uma “grave violação do princípio do livre comércio”, afirmou Wang Yi durante a Conferência de Segurança de Munique, criticando uma posição “longe da livre concorrência”.

Essas restrições testemunham “uma percepção equivocada da China” pelos Estados Unidos, segundo o diplomata.

“Com essa percepção, os Estados Unidos usam todos os seus recursos para reprimir e difamar a China e encorajam outros países a fazerem o mesmo”, afirmou.

“Não temos medo da competição, mas queremos uma competição justa, baseada em regras. Os Estados Unidos não”, disse Wang Yi.

Em outubro, os Estados Unidos, em nome da “segurança nacional”, anunciaram novos controles de exportação, para limitar a capacidade de Pequim de comprar e fabricar chips de última geração “usados para fins militares”.

Washington procurou impedir Pequim de desenvolver sua própria indústria de semicondutores.

Há uma semana, durante discurso sobre o Estado da União no Congresso norte-americano, o presidente dos EUA, Joe Biden, também defendeu a produção nacional de chips.

Os Estados Unidos acusam regularmente a China de espionagem industrial e de representar uma ameaça à sua segurança nacional.

A China anunciou em dezembro que abriu um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos por causa dessas restrições.

Balão chinês

O principal diplomata da China, Wang Yi, disse que a forma como os Estados Unidos (EUA) lidaram com o incidente do balão foi inimaginável, histérica, ridícula e um ato absurdo que violou as normas internacionais. “Há tantos balões em todo o mundo, então os Estados Unidos vão abater todos eles?”, disse Wang.

Um suposto balão de vigilância chinês, que Pequim nega ser um equipamento de espionagem, passou uma semana sobrevoando os Estados Unidos e o Canadá antes de ser abatido na costa do Atlântico no início deste mês por ordens do presidente dos EUA, Joe Biden.

Segundo Wang, os EUA foram avisados claramente de que se tratava de um balão civil que desviou de seu curso, indicando que não apresentava nenhum risco de segurança. “Aconselhamos os EUA a não fazer uma coisa ridícula dessas novamente.”

Wang Yi é o diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e deu essa declaração na Conferência de Segurança de Munique.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também está em Munique e existe a possibilidade de um encontro com Wang à margem da conferência de Munique, mas não houve nenhuma reunião confirmada até o início deste sábado.

Antes do incidente do Balão, Blinken tinha uma viagem marcada para a China que foi adiada por tempo indeterminado.

Por Redação

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