China condena cidadão americano de 78 anos à prisão perpétua por espionagem
A China condenou um cidadão dos Estados Unidos de 78 anos à prisão perpétua por acusações de espionagem. John Shing-Wan Leung, que possui residência permanente em Hong Kong, foi detido em 15 de abril de 2021 pela agência de contraespionagem chinesa na cidade de Suzhou, no sudeste do país asiático. Leung agora passará o resto da vida na cadeia. A investigação começou quando o país fechou suas fronteiras e impôs restrições mais rígidas por conta da pandemia de coronavírus.
O tribunal intermediário da cidade anunciou nesta segunda-feira (15) a sentença do norte-americano em um breve comunicado e não deu detalhes sobre as acusações. Tanto as investigações quanto os julgamentos são realizados a portas fechadas e pouca ou nenhuma informação é tornada pública por parte do governo chinês.
O governo de Hong Kong, uma ex-colônia britânica que voltou ao controle chinês em 1997, não deu mais informações sobre a sentença de Leung. Questionado sobre o caso, o secretário de Segurança, Chris Tang, disse que as autoridades chinesas relataram a prisão à cidade por meio de um mecanismo de notificação em 2021. Tang não ofereceu outros detalhes sobre o caso.
Quando foi devolvido à China, foi prometido a Hong Kong que manteria suas liberdades financeiras, sociais e políticas, mas Pequim basicamente abandonou esse compromisso desde que reprimiu os manifestantes pró-democracia e impôs uma lei de segurança nacional mais abrangente em 2020.
As relações entre Estados Unidos e a China atingiram uma baixa histórica em meio a disputas sobre comércio, tecnologia, direitos humanos e a abordagem dos chineses em relação às suas reivindicações territoriais.
A sentença ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, viaja para Hiroshima, no Japão, para a cúpula do G7, grupo das sete principais nações industrializadas, seguida de uma visita a Papua Nova Guiné, uma nação insular do Pacífico em uma região onde a China tem procurado aumentar sua economia, influência militar e diplomática.
Embora o tribunal de Suzhou não ofereceu nenhuma indicação de um empate geral entre as relações China e EUA, as acusações de espionagem são altamente seletivas e as evidências que as apoiam não são divulgadas. Essa é uma prática padrão entre a maioria dos países, que desejam proteger suas conexões pessoais, redes e acesso à informação.
Todavia o sistema político autoritário da China e o controle absoluto do governante Partido Comunista sobre questões legais, sociedade civil e liberdade de informação evitam demandas por mais informações, bem como apelações judiciais.
Por Redação