China afasta navio de guerra dos Estados Unidos no Pacífico em novo atrito entre as potências

As Forças Armadas chinesas afirmaram que detectaram, nesta quinta-feira (23), a presença ilegal de um navio militar dos Estados Unidos no Mar do Sul da China e expulsaram a embarcação das águas reivindicadas por Pequim. Washington nega ter entrado ilegalmente na região e a versão de que o navio foi afastado do local.

O Comando Sul do Exército Popular de Libertação (EPL) informou que o USS Milius, um destróier com mísseis guiados, entrou em águas próximas às ilhas Spratly, também reclamadas pelo Vietnã. “O EPL organizou forças marítimas e aéreas para rastrear e monitorar (o navio) de acordo com a lei” e ordenou que abandonasse a região, afirmou o porta-voz Tian Junli.

O USS Milius é um dos 70 destróieres da classe Arleigh Burke, o cavalo de força da Marinha americana, capaz de disparar mísseis de cruzeiro e de defesa antiaérea. A China opera 42 navios semelhantes, com graus diferentes de sofisticação.

O navio “fez uma incursão ilegal em águas territoriais chinesas (…) sem permissão do governo chinês, afetando a paz e a estabilidade na região”, acrescentou Junli. Esse é mais um episódio de atrito entre as duas potências.

As Forças Armadas dos EUA responderam que o comunicado do EPL “é falso”. “O estava realizando operações de rotina no Mar do sul da China e não foi expulso”, afirmou um porta-voz.

O episódio ocorre um dia depois de o líder chinês, Xi Jinping, ter encerrado uma visita de três dias ao presidente russo, Vladimir Putin.

Soberania

A China reclama a soberania de quase todo o Mar do sul da China, por cujas rotas de navegação passam trilhões de dólares em comércio a cada ano, apesar de um tribunal internacional ter decidido que a reivindicação de Pequim não tem legitimidade legal.

Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei também reivindicam a soberania de partes do mar. Washington envia navios à região com frequência para garantir a liberdade de navegação em águas internacionais.

Pequim criou ilhas artificiais no local como parte de seu esforço para sustentar sua reivindicação territorial. Algumas ilhas têm instalações militares e pistas de pouso.

Países da região denunciaram que navios chineses assediam seus barcos de pesca.

Por Redação

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