Chile cancela concerto de Plácido Domingo após tenor ser vinculado a caso de tráfico humano

A empresa promotora do concerto que Plácido Domingo pretendia realizar no dia 16 de outubro no Chile anunciou o cancelamento da apresentação, poucos dias depois de o tenor espanhol ter sido vinculado a uma rede supostamente dedicada a abusos, tráfico de pessoas e exploração sexual.

Segundo a empresa, o cancelamento deve-se a “dificuldades na logística da turnê” e a “uma situação que escapa” às suas “mãos de produtora”, razão pela qual lamenta “as complicações que isso possa causar”.

A empresa promotora afirmou ainda que colocou à disposição de todos aqueles que compraram ingressos para o show de 16 de outubro na Movistar Arena, na capital Santiago, um canal na internet para a devolução do dinheiro.

O tenor espanhol, que já recebeu denúncias de mais de uma centena de mulheres por supostos abusos sexuais e comportamento impróprio, tem um grande público cativo no Chile, onde se apresentou pela última vez em abril passado.

Dias atrás, seu nome apareceu ligado a uma conhecida escola de yoga em Buenos Aires que na verdade servia de fachada para esconder uma seita que por quase três décadas teria lucrado com extorsão, prostituição e lavagem de dinheiro.

Na sexta-feira passada, a Justiça argentina autorizou uma busca na sede da escola no centro da capital argentina e ordenou a prisão de 19 pessoas, incluindo seu fundador, um tabelião de 84 anos chamado Juan Percowicz.

Os detidos foram acusados de integrar uma seita dedicada a recrutar e subjugar centenas de pessoas, que frequentavam a escola com a intenção de empreender “o desenvolvimento da felicidade”, mas que acabaram por se envolver em um círculo de terror no qual perderam seus bens, foram escravizadas e prostituídas.

Comportamento impróprio

Em 2019, Plácido Domingo já foi forçado a renunciar ao cargo de diretor da Ópera de Los Angeles depois que uma dúzia de mulheres apresentou queixa por comportamento impróprio, e a prestigiada instituição decidiu abrir uma investigação interna.

Em declarações à TV Azteca, o tenor negou qualquer vínculo com a suposta seita argentina.

“Vocês viram que está tudo provado, que não há nada, o que eu sinto muito é que era um grupo que eu… de amigos, que considerava músicos, estivemos juntos em uma ocasião, os convidei para trabalhar, mas, infelizmente, não foi assim. Mas, enfim, claro que não tenho nada a ver com isso”, afirmou.

“Fico triste quando você tem amigos há muitos anos e percebe que eles usaram você”, acrescentou.

Por Redação

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