Cerca de mil trabalhadores palestinos regressam à Faixa de Gaza após liberação de Israel

Pelo menos mil trabalhadores palestinos com autorização de trabalho em Israel regressaram nesta quarta-feira (15) à Faixa de Gaza, informaram fontes humanitárias. Desde o início do conflito, eles foram deslocados para a Cisjordânia ocupada.

Eles atravessaram a passagem de Kerem Shalom, que liga Israel à Faixa de Gaza, após terem sido transferidos da Cisjordânia para o enclave palestino, em um processo coordenado entre a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e as autoridades israelenses, ainda segundo as fontes.

Mais de 18 mil habitantes de Gaza tinham autorizações de trabalho em Israel até 7 de outubro, data em que se desencadeou a guerra entre o Hamas e Israel, que levaram as autoridades israelenses a revogar quase imediatamente as suas autorizações de trabalho. Desde então, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que mais de 11 mil pessoas foram mortas em bombardeios e operações terrestres de Israel naquele território

Cerca de 4 mil pessoas foram presas pelas autoridades israelenses sem acusações formais, até que, há duas semanas, a maioria foi deportada para Gaza. Os mesmos relataram que foram mantidos sem quaisquer forma de comunicação, sujeitos a abusos, violência e mesmo tortura pelas forças israelitas.

Milhares de habitantes de Gaza foram ainda deslocados para a Cisjordânia, onde foram instalados em hotéis, abrigos, instalações públicas ou centros desportivos em cidades como Ramallah, Nablus, Belém e Jericó.

De acordo com uma fonte humanitária, cerca de 900 trabalhadores deixaram Jericó na semana passada em carros e regressaram ao enclave. Um pequeno grupo de mulheres, crianças e homens de Gaza que estavam doentes e que foram autorizados a entrar em Israel para receber tratamento médico, continuam presos na Cisjordânia.

Calcula-se que milhares de trabalhadores de Gaza permaneçam na Cisjordânia à espera de regressar para junto das suas famílias. Muitos não querem voltar porque as suas famílias foram mortas nos ataques, as suas casas foram destruídas ou estão agora inacessíveis.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou recentemente que não voltaria a permitir que palestinos fossem trabalhar em solo israelense, para cortar todos os laços com Gaza. Os trabalhadores de Gaza estavam empregados como mão-de-obra barata em Israel, especificamente em lojas, estabelecimentos comerciais e fábricas.

 

 

Por Redação

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