Argentina vai emitir notas de 10 mil e 20 mil pesos para combater inflação
O Banco Central da Argentina vai emitir notas de 10.000 e 20.000 pesos para circulação em 2024, segundo informou autoridade monetária. O país amarga inflação anual registrada em de 211% no mês de dezembro, já sob a gestão do novo presidente Javier Milei.
A entidade acrescentou uma nota de 2.000 pesos no ano passado, nota atualmente de maior valor disponível.
As cédulas ainda maiores entrarão em circulação em um momento em que o novo presidente ultraliberal, Javier Milei, busca evitar a hiperinflação com rígidas medidas de austeridade, na esteira de dados divulgados mais cedo mostrando que a taxa de alta dos preços ao consumidor atingiu seu nível mais elevado desde o início da década de 1990.
Inflação de 211,4%
A inflação na Argentina foi de 211,4% em 2023, anunciou o Instituto de Estatística e Censos do país (Indec). Essa é a maior taxa anual desde a hiperinflação em 1990 — quando os argentinos enfrentaram uma alta superior a 1.300%.
Os resultados de dezembro mostram que os preços ao consumidor saltaram 25,5% no mês, contra 12,8% em novembro. A disparada é consequência de uma série de medidas do governo de Javier Milei, que tomou posse no mês passado.
Vale lembrar, entretanto, que antes mesmo de Milei ser eleito presidente, o país já vinha enfrentando uma inflação altíssima. Em novembro, por exemplo, o índice acumulado no ano chegou a 148,2%.
O cenário enfrentado pelos argentinos é resultado de uma crise financeira e cambial — que teve início, entre outros pontos, no desequilíbrio da balança de pagamentos.
Uma das medidas de Milei que ajudou a potencializar a alta dos preços em dezembro é o “Plano Motosserra”. O projeto prevê, entre outros pontos, a desvalorização do peso, redução de subsídios e mudanças em licitações.
Também entra na conta o “decretaço”, que revoga ou modifica mais de 350 normas, viabiliza a desregulamentação econômica do país e inclui uma reforma trabalhista — ponto que foi suspenso pela Justiça.
Em dezembro, as categorias com maiores altas aos consumidores argentinos foram Bens e serviços (32,7%), Saúde (32,6%) e Transporte (31,7%).
Ao atingir inflação de 211,4% em 2023, a Argentina superou a Venezuela (com alta acumulada de 193%) e se tornou o país com a maior taxa na região.
Por Redação