Veja o que acontece após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abandonar a candidatura à reeleição

Diante da desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição, existem cenários e protocolos que o Partido Democrata precisa avaliar para definir um substituto.

Biden estava sendo pressionado a abandonar a candidatura desde o fim de junho, quando teve um desempenho fraco em um debate na TV contra Donald Trump. Nos últimos dias, os rumores sobre desistência começaram a ganhar força.

Acontece que o Partido Democrata não tinha um verdadeiro Plano B para substituir Biden como candidato presidencial até o fim de junho. Ele concorreu virtualmente às primárias do partido sem grande oposição.

Pelo protocolo, era esperado que Biden fosse oficialmente nomeado candidato em agosto, quando ocorre a Convenção Nacional Democrata. Com a desistência, o presidente poderia liberar os quase 4 mil delegados que ele havia conquistado nas primárias para escolher outros candidatos do partido.

Próximo passo

De acordo com Elaine Kamarck, pesquisadora sênior do grupo de pesquisa Brookings Institution, membra do Comitê Nacional Democrata (DNC) e autora do livro “Primary Politics”, a escolha do novo candidato provavelmente será uma espécie de todos contra todos entre os pesos pesados democratas disputando o cargo.

Os candidatos teriam que obter assinaturas de 600 delegados da Convenção para serem nomeados. Espera-se que haja cerca de 4.672 delegados em 2024, incluindo 3.933 delegados comprometidos e 739 automáticos ou superdelegados, segundo a base de dados Ballotpedia.

Se ninguém conseguir a maioria dos delegados, haveria uma “convenção negociada” em que os delegados atuam como agentes livres e negociam com a liderança do partido para chegar a um nomeado.

Seriam estabelecidas regras e haveria votações nominais para os nomes colocados em nomeação.

Pode levar várias rodadas de votação para alguém obter a maioria e se tornar o indicado. A última convenção negociada em que os democratas não conseguiram nomear um candidato na primeira votação foi em 1952.

Nomes cotados

Vários candidatos poderiam entrar na disputa, mas não há um número exato. A vice-presidente Kamala Harris quase certamente está no topo da lista e recebeu apoio de Biden. Por outro lado, ela ficou apagada nos últimos quatro anos e tem números ruins em pesquisas.

A Constituição dos EUA determina que o vice-presidente se torna presidente se o presidente morrer ou ficar incapacitado, mas não pesa sobre um processo interpartidário para escolher um indicado.

Outros nomes também foram ventilados como prováveis substitutos. São eles:

• Gavin Newson, governador da Califórnia;
• Gretchen Whitmer, governadora de Michigan;
• Andy Beshear, governador de Kentucky;
• J.B. Pritzker, governador de Illinois.

Recursos de campanha

Caso Biden seja substituído por Kamala Harris, a vice-presidente poderia continuar a campanha usando os recursos já arrecadados por meio de doações. Isso seria possível uma vez que Kamala já fazia parte da chapa antes da desistência do presidente.

Especialistas ouvidos pelo jornal “Financial Times” disseram que esse processo seria mais complicado caso o Partido Democrata resolvesse escolher um outro nome, sem ser Kamala. Neste caso, a chapa Biden-Harris deveria devolver todo o dinheiro doado.

Além disso, o novo nome escolhido pelos democratas teria de começar a campanha praticamente do zero.

Por Redação

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