Em visita histórica, Biden reforça apoio à Ucrânia com doação de sistema de mísseis

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou nesta quarta-feira (21) a Washington DC, nos Estados Unidos, para encontros com o presidente Joe Biden e com os congressistas —deve haver uma sessão em conjunto de deputados e senadores para ouvir o ucraniano.

Trata-se de uma viagem histórica: é a primeira vez que Zelensky deixa a Ucrânia desde o início da guerra no país, em 24 de fevereiro.

Durante o encontro, o presidente Biden citou diversas vezes a doação de um sistema de defesa aérea conhecido como Patriot, que é considerado eficaz e caro. Essa doação, segundo Biden, não deve implicar uma escalada da guerra, já que o sistema é para defesa, e não para atacar os russos.

Agradecimentos na Casa Branca

Joe Biden deu as boas-vindas à Casa Branca ao líder ucraniano com renovadas garantias de apoio dos EUA em meio à contínua investida da Rússia contra a Ucrânia. O americano voltou a criticar a guerra. Ele afirmou que a invasão é inacreditável, e descreveu as ações da Rússia como “um ataque brutal ao direito da Ucrânia existir como nação”.

Biden citou ataques a pessoas inocentes na Ucrânia apenas para intimidá-los, atacando civis, orfanatos, hospitais, escolas e grandes marcos do país. “Agora eles (os russos) estão tentando usar o inverno como uma arma contra o povo ucraniano, mas o povo ucraniano continua a inspirar o mundo. Digo isso com a maior sinceridade, não apenas inspirar a nós, mas inspirar o mundo com a sua coragem e a forma como escolheram a resiliência no seu futuro”, disse Biden.

Ele reiterou o apoio do governo dos EUA com ajuda financeira, humanitária e sistemas de segurança: “Nós vamos fortalecer a capacidade da Ucrânia de se defender, especialmente defesa aérea, e é por isso que os EUA estamos dando mísseis e treinando as forças para usar adequadamente os mísseis”.

Zelensky dá medalha para Biden

“Obrigado antes de tudo”, disse Zelensky ao presidente dos Estados Unidos. “É uma grande honra estar aqui”. Depois de agradecer, o presidente ucraniano contou que esteve perto de Kherson e conversou com um capitão da bateria de mísseis antiaéreos, e que esse militar pediu para que Zelensky levasse a medalha que havia recebido do exército para dar de presente a Biden.

Zelensky, então, presenteou Biden com a medalha, que agradeceu pelo objeto e disse que estava muito honrado. Ele lembrou do próprio filho, que serviu o exército dos EUA no Iraque.

O que os EUA vão entregar aos ucranianos

Durante a entrevista coletiva, os dois falaram sobre a necessidade de manter a união e sobre o apoio dos EUA à Ucrânia. Uma repórter ucraniana perguntou por que os EUA não dão para as forças ucranianas tudo o que precisa para vencer os russos —ou seja, armas mais poderosas.

Zelensky, em tom de humor, disse que concordava com a repórter. Biden, no entanto, afirmou que isso poderia implicar uma escalada da guerra —ele disse que não há interessados em uma guerra mundial.

O presidente americano afirmou que o apoio está focado em quatro tipos de ajuda militar:

  • Defesa aérea;
  • Sistemas de artilharia;
  • Tanques e veículos armados;
  • Munição

Biden afirmou em outros momentos da entrevista que a luta da Ucrânia “é parte de algo maior” — ou seja, que se outros países ficarem parados, o mundo enfrentará mais ameaças dos russos. Ele também citou diversas vezes a ajuda que os EUA deram aos ucranianos porque acreditam na luta da Ucrânia.

Somente a paz não é suficiente

O presidente Zelensky afirmou que a Rússia precisa ser responsabilizada por tudo o que fez contra os ucranianos. Ele afirmou que não abre mão da integralidade territorial de seu pais (ou seja, ele não vai aceitar ceder regiões da Ucrânia). O líder ucraniano também sinalizou que ele entende que a Rússia deve pagar pelos estragos que causou.

Mais dinheiro para enfrentar os russos

Os Estados Unidos fornecerão 1,85 bilhão de dólares em assistência militar adicional para a Ucrânia, incluindo a transferência do Sistema de Defesa Aérea Patriot, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado nesta quarta-feira.

O anúncio ocorre num momento em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, está a caminho de Washington na quarta-feira para se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden, e discursar no Congresso em sua primeira viagem internacional conhecida desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, 300 dias atrás.

A assistência inclui um crédito de 1 bilhão de dólares para fornecer à Ucrânia “capacidades expandidas de defesa aérea e ataque de precisão” e 850 milhões adicionais em assistência de segurança, disse Blinken.

“A assistência de hoje pela primeira vez inclui o Sistema de Defesa Aérea Patriot, capaz de derrubar mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos de curto alcance e aeronaves em um teto significativamente mais alto do que os sistemas de defesa aérea fornecidos anteriormente”, disse Blinken em seu comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

Por Redação

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