Wilson Lima destaca ações contra crimes ambientais e medidas para atrair investimentos para a Amazônia

Em São Paulo, governador deu entrevistas sobre o tema à GloboNews, Estadão e BandNews
O governador Wilson Lima destacou as ações desenvolvidas pelo Estado no combate às queimadas, em entrevista à Globo News,nesta sexta-feira (23/08), em São Paulo. “Existem medidas que precisam ser tomadas para contenção das queimadas e do outro lado nós temos uma realidade que é inegável, que é o aumento significativo das queimadas”, afirmou.
Wilson Lima explicou que o Amazonas vem fazendo um levantamento sobre o que causou o aumento das queimadas. “Nós estamos fazendo um levantamento sobre o que aconteceu e quem são os principais responsáveis desse aumento e esse levantamento preliminar mostra que há um indicativo de que essas queimadas estão sendo feitas no início, naturalmente, do período de estiagem como acontece todos os anos, para atividade pecuária e para atividade madeireira. Há também, em certo grau, a questão da especulação imobiliária e são, então, fatores conjugados que facilitam essa ação”, avaliou.
Durante a entrevista, que durou onze minutos, o governador comentou a repercussão internacional em torno das queimadas na Amazônia.
“É preciso que a gente comece a fazer uma diferenciação. Há de fato um exagero em relação ao que propaga a mídia internacional ao que está acontecendo na Amazônia. Eu já vi várias manifestações de pessoas influentes, de artistas, de personalidades, gente que fala do que às vezes nem conhece e com posições muito contraditórias daquilo que é realidade na Amazônia”, disse o governador.
Regularização fundiária – O governador do Amazonas também deixou claro que um dos grandes problemas da Amazônia é a falta de regularização fundiária.
“Um outro problema que também é grande no estado do Amazonas é com relação a regularização fundiária o que torna mais difícil os órgãos de controle como Sema, Ipaam, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, coibir quem está causando esse dano ao meio ambiente”, explicou ele.
Ele destacou ainda a importância de estabelecer uma parceria institucional entre os governadores da Amazônia e o Governo Federal. O Amazonas, por exemplo, tem fortalecido as ações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas.
“É uma preocupação que nós estamos tendo é que nós não temos uma equipe de prevenção e combate ás queimadas ativa o ano todo. Já no início de agosto nós decretamos também situação de emergência já observando essa tendência de crescimento da quantidade de queimadas. Montamos, inclusive, uma força-tarefa.
Wilson Lima ponderou que a repercussão internacional não pode trazer prejuízos, pelo contrário, é o momento de unir forças em defesa da floresta.
Ativo ambiental – Em entrevista à BandNews, em São Paulo, na noite de quinta-feira (22/08), Wilson Lima ressaltou que o Planejamento Plurianual (PPA) que o Governo do Amazonas está construindo para 2020-2023 está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas e que, por isso, é prioridade o desenvolvimento de atividades econômicas a partir do ativo ambiental da Amazônia.
“Estamos construindo o nosso PPA, juntamente com a nossa Agenda 20/30, que é uma agenda casada com o Programa Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU. Estamos estabelecendo os nossos projetos estruturantes para desenvolver nossa biodiversidade e dar visibilidade ao que nós temos na Amazônia, de forma responsável. Temos muitas possibilidades e o que a gente tá tentando criar agora é caminhos em que a gente possa monetizar o que se tem de ativo ambiental”, frisou o governador do Amazonas.
Wilson Lima também adiantou que o Governo do Estado já trabalha na regulamentação da Lei de Serviços Ambientais, que estava parada desde 2016, para que possa ser feita a abertura de um mercado com serviços ambientais, principalmente, os créditos de carbono, visto que a floresta tem um grande potencial de estoque de carbono.
“Temos uma Lei de Serviços Ambientais, que estamos regulamentando, e estamos caminhando no estudo de uma proposta ousada, mas necessária, que é a criação de uma Bolsa de Valores de Ativos Ambientais”, afirmou, ao destacar que, desta forma, o Estado poderá negociar os ativos ambientais com investidores de todas as partes do mundo.
Wilson Lima ressaltou, durante a entrevista, que o Governo do Estados mantém conversas com países que têm interesse em investir no Amazonas, que tem a maior área da floresta entre os estados da Amazônia brasileira. Ele destacou os investimentos do banco alemão KFW em projetos ambientais no estado.
“Estamos buscando parceria com outros países que têm interesse em fazer esse aporte no Amazonas, levando em consideração e tendo a preocupação de que esses recursos devem ser investidos no Amazonas para garantir desenvolvimento sustentável. E o desenvolvimento só é sustentável no momento em que tem o tripé: econômico, social e ambiental. O cidadão, morador da floresta, morador da Amazônia tem de estar em primeiro lugar. Esse sim deve ser preservado”, frisou.

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