O Bebedouro do final do século XIX restaurado retorna à Humaitá

O município de Humaitá, no sul do Amazonas, a 675 quilômetros de Manaus, recebeu ontem, terça-feira (05), um dos símbolos principais do município: um bebedouro de fabricação escocesa, datado do final do século XIX, restaurado pelo Ateliê de Restauro da Secretaria de Estado de Cultura, em solenidade que ocorreu no Palacete Provincial, na Praça Heliodoro Balbi, no centro de Manaus.
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Adquirido pelo Governo do Amazonas no início do século XX, o bebedouro foi fabricado pela empresa inglesa Walter MacFarlane, em comemoração ao Jubileu de Diamante do reinado de Vitória I do Reino Unido, comemorado em 1897. Chegando ao Brasil, a peça foi levada para o município de Humaitá, ficando na Praça Benjamin Constant, centro da cidade, até o início da sua restauração, em agosto de 2013.
Única peça do gênero no Brasil, a restauração do bebedouro foi um pedido da Prefeitura de Humaitá ao secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, e será reinaugurado no dia 15 de maio de 2016, no aniversário de 147 anos do município.

“Temos o dever de preservar as características e peculiaridades dessa inestimada obra. O restauro devolveu os traços originais, respeitando ao máximo a essência do bebedouro. É um resgate histórico e artístico que estamos devolvendo à população de Humaitá”, comenta o secretário.

A peça
Confeccionado em ferro fundido, o bebedouro é composto de quatro colunas, uma bacia e uma cúpula, e ainda leva na sua frente a atual bandeira do Brasil, além de vários elementos da fauna e da flora, e mede 2,60 metros de altura por 88 centímetros de largura.
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Para a sua restauração, uma equipe da Secretaria de Cultura, liderada pela gerente do Ateliê de Restauro, Judeth Costa, viajou ao município de Humaitá, e lá avaliou toda a logística do desmonte correto da peça, de modo que nada fosse danificado durante o transporte para a capital.
 
 
 
 
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Segundo Judeth, devido ao avançado estado de avarias em que a peça se encontrava, foi necessário um procedimento especial, uma vez que é preciso cuidado para não machucar o ferro fundido. Por esse motivo, a peça ainda levou bastante tempo para a sua restauração. “Quando o bebedouro foi firmado pela primeira vez no local, não houve cuidado, de modo que, quando ele chegou, havia muitos materiais agregados, como argamassa de cimento, areia, barro e outros”.
“Depois de desmontada, a peça veio de barco até Manaus, onde, já no Ateliê, fizemos os procedimentos iniciais, como registro e mapeamento de danos. Em seguida, passamos para os processos de restauração, como decapagem, jateamento, proteção com ácido tânico, proteção com um verniz específico para ferro, e a pintura final, com as cores bem próximas às originais, que eram cinza-escuro e dourado, uma das características inglesas da peça”, afirma a gerente.
O Ateliê de Restauro
Vinculado ao Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado de Cultura, o Ateliê de Restauro iniciou suas atividades no ano de 1997, e conta atualmente com uma equipe de 10 funcionários, entre restauradores, auxiliares de restauro, estagiários e servidores técnico-administrativos, funcionando no Palacete Provincial. No Ateliê, bens imóveis como a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, já foram restaurados; entre os bens móveis, telas como “O Banho de Ceci”, de Aurélio de Figueiredo, e “O Caçador Furtivo”, de Parreiras, já receberam restauração.
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Fonte: Correio da Amazônia
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