Jovem achada morta em 2018 no lago era vizinha de maníaco.

Polícia pedirá desarquivamento do inquérito que investigou a morte de Caroline Santos em 2018. Ela era amiga da filha de Marinésio Olinto

10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) irá pedir o desarquivamento do inquérito que investigou a morte de Caroline Macêdo Santos, 15 anos, por encontrar indícios de que o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41, possa ser o responsável pelo desaparecimento e óbito da jovem, em 14 de maio de 2018. À época, por causa de comportamentos depressivos da garota, o caso foi considerado como suicídio.
A adolescente era moradora do Vale do Amanhecer, em Planaltina, a 800 metros de distância da casa de Marinésio. O corpo dela foi achado boiando no Lago Paranoá. Por serem praticamente vizinhas e terem idade parecida, Caroline e a filha do maníaco – hoje, a menina tem 16 anos – eram muito amigas.

“As duas tinham um relacionamento muito próximo e andavam juntas. Por consequência, Caroline também conhecia o pai da amiga, que dava muitas caronas para ela”, conta Rosalvo Viegas, 78, ex-padrasto da jovem.

Na data do sumiço, Caroline teria saído com a intenção de ir à Ponte JK para encontrar uma pessoa que havia conhecido pela internet. “Uma amiga foi com ela até a parada, perto de casa. Ela iria até a Rodoviária de Planaltina e, de lá, para o local combinado”, relata o ex-padrasto.
Trata-se do último dia em que a garota de 15 anos foi vista até ser encontrada morta no Lago Paranoá, próximo à Ponte JK, 72 horas depois do desaparecimento. O caso foi considerado como suicídio na época, pois a menina dizia várias vezes que pretendia se matar. Até nas redes sociais ela fazia posts com essa conotação.

Após a morte de Letícia Souza Curado de Melo, 26, funcionária do Ministério da Educação (MEC), ter sido confirmada como de autoria de Marinésio, Rosalvo logo imaginou que o cozinheiro poderia ter envolvimento no óbito da enteada.
“Fiquei de cabelo em pé quando vi que era ele. Creio que pode ter sido o Marinésio quem ofereceu carona, matou a Caroline, e levou até onde ela iria, para não chamar atenção. Inclusive acho até que o quadro de depressão dela pode ter sido causado por abusos anteriores”, acredita o ex-padrasto da adolescente.
O delegado adjunto da 10ª DP, Eder Charneski, não descarta a possibilidade de a intuição de Rosalvo estar certa.”Olhamos novamente os laudos e ele diz que há suspeita de asfixia. Não é algo conclusivo, pois o corpo foi encontrado três dias depois e estava em estado de putrefação avançado, mas a hipótese é compatível com o modo que Marinésio atacava”, explica.
Para Charneski, a história faz sentido. Por isso, a delegacia pedirá o desarquivamento do inquérito para que mais detalhes sejam analisados. “Tudo leva a crer que existe relação. Agora, vamos apurar mais informações, interrogar o homem e ver se ele também confessa este caso”, pontua o investigador.
O acusado
Marinésio morava com a esposa e a filha em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem de 1,60 m de altura é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse a companheira do maníaco.
Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse Marinésio, detido desde a madrugada de domingo (25/08/2019) pelo assassinato de Letícia Sousa Curado, que estava desaparecida desde a sexta-feira (23/08/2019). Ele também admitiu ser autor da morte da auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47.
As declarações foram dadas na segunda (26/08/2019), na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), região administrativa onde Letícia morava com o marido e o filho, criança de apenas 3 anos.
O cozinheiro agia sempre com o mesmo modus operandi: as vítimas eram abordadas em paradas de ônibus ou em rodoviárias pelo suspeito, que se passava por loteiro (motorista de lotação).
O homem usava sua Blazer prata, placa JFZ 3420-DF, nos crimes. O carro passou por análise minuciosa do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Os peritos buscam principalmente material genético das vítimas no veículo. Fios de cabelos e sangue, caso sejam encontrados, podem ser confrontados com o DNA das pessoas que acusam o maníaco de crimes graves, como abuso sexual.
 
fonte: metrópoles- foto: internet
 

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